Ninguém sabe,ninguém ouve.
Bate no peito
o coração acelerado.
De estômago vazio, custa respirar.
Dói como tudo,
ter o corpo trespassado.
A imaginação mergulha num buraco sem fim.
Perdi-me até ver que caí.
Indiferente á vida, indiferente a tudo,
cheio de medo, senti o corpo tremer.
Vozes na mente, olhos que choram sem se ver.
Lágrimas invisíveis, vontade de morrer.
Ninguém sabe, ninguém ouve.
Sentado no chão a olhar para o vazio,
vi uma luz no escuro, um túnel profundo.
Nem alegria nem tristeza,
só ausência de sentimentos.
Breves momentos, em que a vida passa pelos olhos.
A morte percorreu o corpo que por dentro já estava morto.
RICARDO GOMES.