Casa comigo?

Meu amor longe de ti sou vazio que não conhece o profundo de si e leva junto milhares de Almas perdidas num tal nada de tão vão. Meu amor longe de ti sou pesadelo acostumado aos gemidos da loucura do escuro fantasmagórico da solidão, e, por sonho mau levo junto milhares de esperanças pessoais dos sonhos que um dia hão de me despertar. Por medo e nada mais. Porquanto, o réquiem é de notas vagas e de mística torpe do íntimo veneno. Meu amor, minha vida longe de ti é espírito sombrio aclamando nas madrugadas um socorro débil dentre tantos gritos de desespero infantil e deveras formoso aos olhos contempladores da misericórdia da paixão do Senhor; perceber-me criança que sou. E em plena lua nova e misteriosa todo respirar às madrugadas de álcool vislumbra a doce loucura, a plena loucura, de invocar teu nome inefável diante do espelho d'alma. Eu, ser rebelde, que me mostra a verdade feminina que queima em mim poesias do francês que não sei ler, do português que me assusta, do alemão que me tortura, do italiano que grita tanto, do tupi-guarani da minha morte, do japonês dos meus préstimos e do holandês que nunca irei falar és tu minha língua, és tu a dança de epopéias babilônicas. Pois, sou ignorante a língua dos serafins, desses anjos resplandecendo no apogeu divino; confessando as nove dimensões deste falar selvagem meu, bruto, e, proibido, um chamado vítimador e puro no que te digo: Silenciosamente, e feliz por teu existir à eternidade do meu agora minha virgem lusitana e dona deste meu dizer profano: "Casa comigo ó gramática"?

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 20/04/2018
Reeditado em 20/04/2018
Código do texto: T6314365
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