O náufrago e o tronco
Quando o náufrago, há muito, está agarrado a um tronco, em mar aberto, e, depois de tanto tempo, vê a tão sonhada praia a poucos metros, pode haver uma hesitação, uma relutância em abandonar o tronco; o medo de morrer afogado, ao nadar até a terra firme, o faz agarrar-se cada vez mais forte ao tronco, apesar de desejar a praia. E submerge o pobre náufrago em uma dependência psíquica
doentia ao mórbido pedaço de madeira.