Estátua
Eu estava ali.
Estava, sim!
De corpo e alma
Me fiz presente,
Me fiz de presente
Em algo que só eu estava,
Só eu via.
Criei um mundo que aos poucos
Começou a me envolver
E a passos de formiga
fui L-e-n-t-a-m-e-n-t-e
deixando a corda correr.
Um nó, um laço,
Primeiro as mãos...
Braços...
Me vi atado,
Enrolado no meu próprio conto...
Enforcado.
Estrangulado pelas minhas projeções,
Em outras palavras
Pelas minhas próprias mãos.
Mesmo que não diretamente
Não fisicamente
Mas sim.
Sim!
Eram minhas expectativas frustradas
Apertando o nó a cada vez que eu respirava.
Os pés amarrados
Pesados
Sem querer sair
Sem nem ao menos resistir
Se recusando a me obedecer.
Estavam ali.
Estátuas.
Mas não como estátuas de jardim
Petrificadas, mortas
Mas como as da brincadeira
Esperando o comando de volta.