"Rouba, mas faz."

Ainda hoje, qualquer malufista lembra o slogan: "Rouba, mas faz." E o próprio Maluf, quando era acusado de corrupção, assim se defendia: "Meu nome é trabalho. Ninguém anda mais de um quilômetro pelas ruas de São Paulo, sem que ali não encontre uma obra de Maluf."

Já o Lula, com um sorriso irônico, através de uma rede de televisão, chegou a dizer: "Um dia desses eu achei muito interessante, quando um companheiro disse: "o Lula rouba, mas rouba pra nós."

Nunca ouvi dizer que ele tenha feito o papel de Robin Hood.

Enquanto isso, aqui em Alagoas, certa vez, um grupo de prefeitos organizou um "consórcio" com o fim exclusivo de roubar. A operação da Polícia Federal que desbaratou o consórcio deu o nome de "Operação Gabiru." Passada a tempestade, depois que os gabirus foram soltos, o Gabiru-Mor ainda propôs para os outros: "se vocês não querem ter trabalho, eu arrendo suas prefeituras e o trabalho fica comigo." Ora, se a comissão de "X" por cento é sobre um grande valor, maior é o retorno. "X" por cento de nada é nada. Então, como disse o Maluf, quem mais trabalha, maior possibilidade de roubar. Até parece que o os gabirus daqui aprenderam essa lição.

A propósito da atual campanha presidencial, estava eu lendo à sombra de um árvore, na minha casa, quando ouvi a discussão de duas pessoas, na rua, que, inicialmente, falavam dos seus times CSA e CRB. Ao mudarem para a política, ali também se mostravam adversários. O debate só encerrou, quando um, enfaticamente, disse para o outro: "entre o doido e o ladrão, eu fico com o doido."

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 20/03/2022
Reeditado em 20/03/2022
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