DIÁRIO DA QUARENTENA - PARTE 23
Vivemos uma época estranha. De homens vulgares. Que não se escandalizam mais diante do horror. Que abençoam rifles com água benta. Que pregam a tortura como castigo aos dissidentes. Que celebram a morte de seus próximos menos semelhantes. Tempo de homens pequenos. Que se escandalizam com o amor e se apaixonam pelo ódio. Tempo de pura vigarice. Homens que não se constrangem em conciliar o corpo torturado de Cristo com a voz dos carrascos, fazendo ressoar o som de suas espadas.