Impulso

Então veio "a noite"

Encostado no canto

Nesse momento em prantos

O estômago tomava açoite

Dizia a todo momento

"Eu não aguento, eu não aguento

Eu não aguento eu não aguento..."

Joelho no queixo

Pernas abraçadas

O frio já estava em alta

Mas a pauta da noite era

Será que eu amanheço?

Será que eu enlouqueço

Antes do sol nascer?

Precisava desviar o foco

O pensamento

E registrar cada momento aqui

Foi o que me fez resistir

Me fez persistir

E me tirou do ócio

Não posso dizer pra ti

Que foi uma tarefa fácil

Prazerosa

Basta ter um dedo de prosa

E verá onde eu caí

Preso no laço da mente

Respiração curta

Não tem esse ser que aguente

O balão encher na cuca

A visão ficar turva

O estômago ferver

O corpo te dizer

Eu vou entrar em pâne

Lascou-se, eu que me dane

Como posso resolver?

Engoli seco

Desceu atravessado

Preso, engasgado

Tive que raciocinar

E se eu rabiscar?

Anotar, sei lá!

Deve parar a agonia

Então lembrei daquela guria

Que me inspira a escrever

Costumava dizer

"A poesia me salva todo dia"

Me salvou

Por hora sigo registrando

Cada momento

Sentimento

O que seja

Qualquer coisa que eu veja

Que esvazie a lixeira

Termino esse sem dor

Tentando não perder a base

Seja onde, quando

E como for

Levarei sempre essa frase

Nem sempre com alegria

Minha Poesia me salva

"A poesia me salva todo dia"

Eugênio Rodrigues
Enviado por Eugênio Rodrigues em 12/07/2022
Código do texto: T7558321
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