Clarice! 

[eu - quase inteira] 

Às claras - possa eu viver

Da mentira [?] me esquivo 

Sendo preciso perder [...]

De poema sobrevivo

 

 

(…) É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. (…) "

 

" (…) voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. (…)

 

Clarice Lispector

Limaya
Enviado por Limaya em 09/10/2022
Reeditado em 15/10/2022
Código do texto: T7623941
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.