Lição amarga

E no final tudo volta ao começo.

Tu reafirma o teu amor por ele.

Um personagem irreal,

que em seu mundo narcísico,

é o máximo que podes amar.

Como pude entregar-te meu coração?

Eis uma aprendizagem para nunca mais,

nunca mais dedicar-me aos rasos de alma,

aos vãos de sentimentos e verdades,

aos insensíveis de olhar e pulsação.

És mais do mesmo, eu errei comigo,

deixei-te entrar em mim e bagunçar-me,

mas aprendi a lição amarga, nunca mais,

nunca mais limitar-me a alguém como tu,

nunca mais reduzir-me para caber em espaços ínfimos,

eu sou oceano, eu sou infinitas constelações,

eu sou um universo inteiro de galáxias,

e tu? Nem um grão de areia és para minha imensidão.

Tolice a minha de dar-te a chave do meu reinado,

para ser dilapidado e maltratado, nunca mais.

Vivas com teus convivas, vivas com tuas caças,

aqueles que jamais te amarão, mas sempre te usarão,

tornaste-te eles com quem te considerou e amou,

então, volte para eles e afunde na areia movediça costumeira.

Aprendi à duras penas que pombos não se tornam garças,

és o que és, não serás diferente.