MORTE AO PAPEL!

24.04.96.

Quero deixar documentado

Toda e qualquer impressão que fui tendo nesses dias terrenos

Quero deixar espaço

Para a conjugação perfeita das letras que se emocionaram

Quero causar impacto

Essa cabeça que viveu pensando nas coisas ridículas dessa vida

irônica e contraditória

Serão de uso higiênico meus papéis, eu sei

Não serei imortalizado pelas letras que ficam, eu sei

Tudo acaba de repente

Nem para despedidas nos sobram os minutos

O que vivia pensar?

Em que se fundiram meus pareceres?

O que cheguei a amar?

Por onde fluíram meus prazeres?

Ah! O papel... ele é outro louco!

Morte ao papel!

(anos depois cumpriu-se esse “morte ao papel!”, aderi ao computador...)

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 25/05/2011
Código do texto: T2992527
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