MORTE AO PAPEL!
24.04.96.
Quero deixar documentado
Toda e qualquer impressão que fui tendo nesses dias terrenos
Quero deixar espaço
Para a conjugação perfeita das letras que se emocionaram
Quero causar impacto
Essa cabeça que viveu pensando nas coisas ridículas dessa vida
irônica e contraditória
Serão de uso higiênico meus papéis, eu sei
Não serei imortalizado pelas letras que ficam, eu sei
Tudo acaba de repente
Nem para despedidas nos sobram os minutos
O que vivia pensar?
Em que se fundiram meus pareceres?
O que cheguei a amar?
Por onde fluíram meus prazeres?
Ah! O papel... ele é outro louco!
Morte ao papel!
(anos depois cumpriu-se esse “morte ao papel!”, aderi ao computador...)