Nas oitavas do quadrão

Quando a seca alarmante

Tange mais um retirante

Pra cidade tão distante

Do seu amado sertão

A saudade do seu chão

Se ele for um violeiro

Vai mostrá-la por inteiro

Nos oito pés do quadrão

Fazendo verso rimado

Também deixa seu recado

No martelo agalopado

Na ligeira e no mourão

Mostra sua inspiração

Na sextilha e gemedeira

Na parcela e na rendeira

Nos oito pés do quadrão

É bonita a poesia

É vibrante a melodia

Que canta com maestria

Pra só parar no refrão

Faz sua improvisação

Cantando horas a fio

Multiplicando por mil

Os oito pés do quadrão

Se a chuva traz esperanças

Acabam suas andanças

Já deixou suas heranças

Na cultura da nação

Só quer voltar pra seu chão

Ver sua terra de novo

E cantar para seu povo

Os oito pés do quadrão

Com todo merecimento

Dou o reconhecimento

Pelo seu grande talento

Poeta lá do sertão

E faço uma afirmação

Serei sempre, cantador,

Singelo apreciador

Dos oito pés do quadrão

Carlos Alê
Enviado por Carlos Alê em 29/06/2011
Reeditado em 16/11/2011
Código do texto: T3064621
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