OS FILHOS DO ÓCIO
À Ana Resende
Em abjecta realidade
Vivem os “filhos do ócio”
Vão queimando a sua idade
Sem trabalho e sem negócio.
O tempo vai fugidio,
Quem sabe, a oportunidade,
O sossego virou tédio
Em abjecta realidade.
Não se vê contentamento
O azar virou em sócio
Em roda de catavento
Vivem os “filhos do ócio”.
Assumem os progenitores
O aval da precaridade
E na questão dos amores
Vão queimando a sua idade.
Da academia à cultura
Vegeta a sorte em baldio
Prolifera a desventura
Sem trabalho e sem negócio.
Do alto não há incentivo,
Nem apoio, nem provimento,
Todo e qualquer objectivo
Definha sem fundamento.
Faltam filhos, faltam causas,
Sobram os “filhos do ócio”
O futuro é um mar de brasas
Sem navio e sem equinócio…
Neste inferno de viver
Mora o sonho e o prazer!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA