Nas vestes do silêncio

Mote

Para que tu me adivinhes,

entre os ventos taciturnos,

apago meus pensamentos,

ponho vestidos noturnos,

Cecília Meireles

Glosa

"Para que tu me adivinhes",

neste meu silêncio mudo

Repara por que aqui vim

decifra o olhar sobretudo

"entre os ventos taciturnos",

vede a alma feito um escudo

vivendo em si seus segredos

Ó tu que nem mesmo vê

os gestos,o sentimento

contrário a cada palavra

"apago meus pensamentos "

porque és somente ausência

"ponho vestidos noturnos ",

e feito a noite soturna

O que não te digo vida!

Ah!Para esta lua pois

falo d'este meu amor.

Belíssima interação

Grata poeta.

cedo,

Pra cobrir ânsias noturnas,

E proteger-se do medo,

Que lhe priva da procura,

De alguém que a decifre,

Sendo do amor artífice,

E ensine-lhe segredos,

Dessa alma taciturna,

Recolhida desde cedo,

Pra cobrir ânsias noturnas

Jacó Filho