MOTE:

(Trecho do poema intitulado

"Semelhança" - Fernando Pessoa)

 

"Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."

 

 

 

GLOSA:

 

PROFUNDEZAS

 

Nada sabemos da alma

A não ser que ela em nós existe

Na sua própria maneira, Deus insiste

Em a que tomemos com fé e calma

 

Para as agruras de nossas intemperanças

Senão da nossa

Tomemos a vida de acordo com a Vontade Vossa

Deus, Pai Querido, Bom e Justo em nossas andanças

 

Pois há palavras que se aproximam da melódica hipocrisia

No intuito de cantar o hino profano aos milhares

A dos outros são olhares

Apenas na intenção de querer olhar o mundo com acefalia

 

Há corações que soam somente meias palavras

Algumas sórdidas, sem o apreço na sua composição

Percebe-se no íntimo seus efeitos de decomposição

São gestos, são palavras

 

Portanto, pensar é para quem tem na alma o discernimento

Das coisas divinas, das terrenas, das palavras em seu próprio uso

O peso que cada uma delas tem sem exageros ou abuso

De espalhar pelo mundo os efeitos das falas de momento

Com a suposição

De qualquer semelhança no fundo

 

(Simone Medeiros)

 

 

 

 

 

 

 

Simone Medeiros
Enviado por Simone Medeiros em 15/09/2022
Reeditado em 12/10/2022
Código do texto: T7606691
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