Extraída do pensamento do poeta grego Píndaro

 

Mote

 

A glória dos mortais num só dia cresce,

mas basta um só dia, contrário e funesto,

para que o destino, impiedoso, num gesto

a lance por terra, e ela, súbita, fenece.

 

Glosa

 

Paradoxo da contradição

 

A glória dos mortais num só dia cresce,

guarda no presente o tempo,

o segredo em estatuas que transformam

o herói em protetor universal.

 

A vento passado no pretérito nasce glorioso,

mas basta um só dia, contrario e funesto

para que se torne piegas e menos belo

no despertar do pôr do sol não lembrado.

 

O tempo em paradoxo na sua contradição surge

na beleza da primeira noite de sonhos,

para que o destino, impiedoso, num gesto

traga insônias felizes de contrassenso no coração.

 

A discrepância da legalidade no antagonismo da poesia

teima em permanecer presente na incoerência,

no destacado movimento inerte da noite que passa e

a lance por terra, e ela, súbita, fenece.