O Caderno do tempo

Só depois que saiu da minha vida

Alegando um excesso de desgosto

Vi rolar uma lágrima no meu rosto

Desolado no choque da pardida

Profanei por capricho a despedida

Que afanava de mim a sinderela

Sublinhei que foi meiga e tão singela

Escondi seu segredo numa alcunha

O caderno do tempo é testemunha

Dos bilhetes que fiz pensado nela.

Não consigo viver com tal tristeza

De lhe ter ao meu lado e tão distante

Ilutou meus instantes de beleza

Nesse caos que tornou-se fatigante

Nas minutas que fiz prova o desgosto

São borradas co'o pranto do meu rosto

Derramado no leito da procela

Rabiscando este amor que decompunha

O caderno do tempo é testemunha

Dos bilhetes que fiz pensando nela.

Ela sempre negando que me expunha

Eu também ocultando essa verdade

Se ela diz que não ouve falsidade

O caderno do tempo é tentemunha

Comprovando que nunca pressupunha

Por viver com as marcas da sequela

Nosso filme tornou-se uma novela

Reprisando seus atos desleais

Tenho provas em letras garrafais

Dos bilhetes que fiz pensando nela.

Troya DSouza
Enviado por Troya DSouza em 02/10/2023
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