N'aragem do tempo
Mote
Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença, em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.
(Augusto dos Anjos)
Glosa
"Hoje que a mágoa me apunhala o seio",
E alma põe se calada às tormentas
acostuma a sorrir se na tristeza
Não importa ,se tudo é indiferença
"E o coração me rasga atroz,imensa",
num tanto que não mais cause estranheza
Ah! É tão sútil tudo isso pois veja,
a vida ainda com sua beleza
Afável ao vento que passa e intensa
n''alvorada que não me vê chorar
"E eu a bendigo da descrença,em meio,"
Se pois me tem o mundo desse jeito
"Porque eu hoje só vivo da descrença"
Se tudo é passageiro - Passo eu!
N'aragem deste tempo tão somente,
Está minha vida e minha tristeza .