SINTAXE : OBJETO DIRETO (ou indireto) PLEONÁSTICO

(Apesar do nome pomposo - "objetos pleo-

násticos -, em verdade, trata-se de um assunto relativamente sim-

ples, conforme veremos a seguir).

Quando falamos, em análise sintática, de

OBJETO DIRETO, devemos lembrar, de imediato, de sua função

na oração : completar o sentido de um verbo transitivo direto (=aquele verbo que, por não ter sentido completo, precisa de um complemento - no caso, o objeto direto - para completar esse seu sentido, como nestas duas situações :

"Eu falei".

(Esta é uma frase verbal incompleta, porque QUEM FALA, FALA ALGUMA COISA - e essa "alguma coisa", que repre-

sentará o objeto direto - não foi utilizado nesta (quase) frase)

Mas se a essa (quase) frase acrescentarmos

como complemento "A VERDADE" (formando "eu falei a verdade") aí já teremos uma frase verbal de sentido completo, porque ao verbo falar foi acrescentada uma informação necessária para seu complemento.

Neste caso, "a verdade" (que responde a pergunta : eu falei O QUÊ?) , representa o objeto direto dessa frase/ oração.

Relembremos, agora, outra "ramificação" do

objeto direto (sobre o quê, falamos recentemente num de nossos ar-

tigos) : objeto direto PREPOSICIONADO, que vem a ser o mesmo ob-

jeto direto, apenas (indevidamente) precedido de uma preposição. E

isso acontece em caso específico dos verbos "pegar", "sacar", "apa-

nhar", em frases do tipo ; "sacou Do revólver", "pegou Do telefone" ,

etc...em que são objetos diretos PREPOSICIONADOS, respectivamen-

te : (d) O revólver, (d)O telefone.

Vejamos, por último, o objeto deste nosso

encontro : O OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO.

Como já vimos no assunto "vícios de linguagem", PLEONASMO é aquele tipo de erro ocorrido pelo emprego

de palavras ou expressões redundantes ou desnecessárias, como em :

subir PARA CIMA, descer PARA BAIXO, etc., etc.

Esse pleonasmo, no caso do OBJETO DIRETO

PLEONÁSTICO, ocorre quando, para complementar o sentido de um

verbo transitivo direto (já falamos sobre isso acima), usamos DOIS

OBJETOS DIRETOS. Neste caso, um deles estará representando um

pleonasmo (obs.: se gramaticalmente falando, isso representaria um

"vício de linguagem", o mesmo não ocorre no campo linguístico, quan-

do desejarmos destacar, enfatizar uma idéia contida no objeto direto.

VEJA NESTE EXEMPLO :

"O ÔNIBUS eu O PEGUEI NO CENTRO DA CIDADE"

Que palavra, nesta frase/oração estamos

querendo destacar ? Logicamente que é a palavra ÔNIBUS. E a prova

inconteste disso é que é "O ÔNIBUS" que inicia a frase - o que já de-

monstra a intenção de ênfase que se quer dar a esse termo.

Porém, na mesma frase ("O ônibus....) a

mesma palavra ÔNIBUS aparece, representada pelo pronome pessoal

do caso oblíquo (são eles : me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, os, as,

lhes) "o" que nos remete à palavra ônibus.

Ou seja : pela possibilidade de tirarmos es-

sa palavra "o" da frase sem alterar o sentido dela, dizemos que esse

"O" é o OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO.

A frase perfeita, então, sem o emprego do

pleonasmo, deveria ser : Eu peguei O ÕNIBUS no centro da cidade.

Ficou claro ?

pedralis
Enviado por pedralis em 11/02/2009
Código do texto: T1433376
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