O ALFABETO
 
O Formulário Ortográfico, oficializado em 12 de agosto de 1943, aprovado, à época, pela Academia Brasileira de Letras, previa em seu texto que:

Item I – O alfabeto português consta fundamentalmente de vinte e três letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z.

Item II – Além dessas letras, há três que só se podem usar em casos especiais: k, w, y.

E aí vinha uma série de explicações sobre a utilização dessas letras, como por exemplo, o caso da letra w que substituía as letras u ou v em palavras ditas, à época, “portuguesas” ou “aportuguesadas”, conforme o seu valor fonético, como sanduwiche.
O mais engraçado de tudo é que o w do nome próprio Walter, passou a ser pronunciado com som de v, o que não aconteceu com os nomes próprios Wilson ou Wellington onde o w permaneceu com a sua pronúncia original.
Qual o mistério?
Incrivelmente, nenhum; apenas uma questão de adaptação fonética que se fixa pela aceitação do que o falante ouve e passa costumeiramente a verbalizar.
Mas, essas letras, que haviam sido retiradas do nosso alfabeto, retornam agora quase que imperceptíveis porque na verdade nunca foram esquecidas pelos falantes da Língua Portuguesa no Brasil.
Portanto, o alfabeto passa a ter 26 letras; as anteriores e mais as letras k, w e y.
Segue abaixo, apenas para ilustrar a referida mudança, a íntegra dos itens mencionados do antigo Formulário Ortográfico de 1943:
(...)

I - ALFABETO

 
1.      O alfabeto português consta fundamentalmente de vinte e três letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z.
2.      Além dessas letras, há três que só se podem usar em casos especiais: k, w, y.
 
II - K, W, Y
3.      O k é substituído por qu antes de e, i, e por c antes de outra qualquer letra: breque, caqui, caulim; faquir, níquel etc.
4.      Emprega-se em abreviaturas e símbolos, bem como em palavras estrangeiras de uso internacional: K. = potássio; Kr.= criptônio; kg = quilograma; km = quilômetro; kW = quilowatt; kWh = quilowatt-hora etc.
5.      Os derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros devem escrever-se de acordo com as formas primitivas: frankliniano, kantismo, kepleriano, perkinismo etc.
6.      O w substitui-se, em palavras portuguesas ou aportuguesadas, por u ou v, conforme o seu valor fonético: sanduíche, talvegue, visigodo etc.
7.      Como símbolo e abreviatura, usa-se em kw = quilowatt; W. = oeste ou tungstênio; w = watt; Ws = watt-segundo etc.
8.      Nos derivados vernáculos de nomes próprios estrangeiros, cumpre adotar as formas que estão em harmonia com a primitiva: darwinismo, wagneriano, zwinglianista etc.
9.      O y, que é substituído pelo i, ainda se emprega em abreviaturas e como símbolo de alguns termos técnicos e científicos: Y= ítrio; yd = jarda etc.
10. Nos derivados de nomes próprios estrangeiros devem usar-se as formas que se acham de conformidade com a primitiva: byroniano, maynardina, taylorista etc.
(...)
 
O Guardião
Enviado por O Guardião em 04/05/2009
Reeditado em 04/05/2009
Código do texto: T1574723