Breves considerações sobre os termos integrantes da oração

OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO

Os objetos diretos e indiretos são chamados de complementos verbais, pois se integram a certos verbos, chamados transitivos, dando à oração sentido completo. Observe:

Ex. Nós fizemos A BARBA.

Note que o verbo “fazer” é complementado pelo grupo nominal “artigo” (a) e o “substantivo” (barba), promovendo, portanto, significação completa à oração.

Agora, se suprimíssemos o grupo nominal (a barba), aquela oração ficaria incompleta:

Ex. Nós fizemos... (Nós fizemos o quê?)

A principal diferença entre OD (objeto direto) e OI (objeto indireto) é a exigência ou não da preposição. No caso do OD, dispensa-se a preposição, já que a relação de significação do verbo com o seu complemento é direta, não se fazendo uso, por isso, de um intermediador (preposição). Já o OI necessita vir preposicionado, uma vez que o verbo ao qual se liga exige este intermediador. Observe:

Ex. Compramos (VTD) UM CADERNO (OD).

Nota-se que, neste exemplo, o complemento verbal de “comprar” (um caderno) não é regido de preposição.

Agora:

Ex: Necessitamos (VTI) DE (prep.) bons ajudantes (OI).

Neste caso, o complemento verbal de “necessitar” é um termo regido de preposição “de”, portanto chamado de objeto indireto, ou seja, há intermediador entre o verbo e o grupo nominal “bons ajudantes”.

Lembrete: cabe saber sempre quais são as preposições, a fim de que melhor possamos distinguir OD de OI: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Dica: para melhor lembrar algumas preposições, geralmente as mais usadas, considere a frase: DECOMPOR EM A.

Ok. Agora faça uma separação silábica dos termos: DE – COM – POR – EM – A. Eis algumas preposições que ajudarão a classificar o que vimos antes.

Observação: se um objeto direto ou indireto estiver ligado a um atributo que indique estado, este atributo será chamado de predicativo do objeto (ver capítulo I - tipos de predicado).

Exemplo: Ajudamos (VTD) um menino (OD) DOENTE (predicativo do objeto).

COMPLEMENTO NOMINAL

Assim como os complementos verbais (OD e OI), o complemento nominal é também responsável pela inteireza do significado frasal ou oracional. A diferença é que o OD ou o OI se ligam a verbo, enquanto o CN se liga a nome (entende-se nome aqui como substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio). Além disso, todo CN é regido de preposição, assim como o OI, com a diferença de que este último é ligado sempre a verbo. Outra característica importante do CN é que ele sempre mantém uma relação de passividade com o termo ao qual se liga, ou seja, sempre sofre a ação, o estado ou a circunstância do termo regente:

Exemplo: A abertura DAS CAIXAS foi ontem.

Nota-se, no exemplo, que o termo regido pela contração (prep. DE + artigo AS) é “caixas”, termo este que se liga ao substantivo abstrato “abertura". Em primeira análise, contatamos que o segmento “das caixas” não poderia ser retirado da oração, pois se retirado, deixaria o sentido oracional vago ou incompleto (a abertura (?) foi ontem. Ou seja, abertura “do quê?”). Além disso, é fácil perceber que o termo “das caixas” sofre a ação do regente “abertura”, isto é, as caixas sofrem a ação de serem abertas. Portanto, considerando-se todos estes fatores, “das caixas” será classificado, neste exemplo, como CN.

É importante, no entanto, e já antecipando um item do capítulo a seguir, distinguir complemento nominal e adjunto adnominal, pois ambos se parecem e muito, o que geralmente provoca grande confusão e alarido dos alunos durante as avaliações.

A primeira coisa, a saber, é que o adjunto adnominal está enquadrado nos termos acessórios da oração. Isto já facilita um pouco, pois se entende como “acessório” aquilo que pode ser descartado ou facilmente substituído, como, por exemplo, um brinco, uma roupa, um anel, etc. Afora isso, o adjunto adnominal quase sempre é ligado a um substantivo concreto e nem sempre precisará ser regido de preposição.

Exemplo: O caminhão DO LIXO está atrasado.

Consideremos o termo “do lixo” como adj. adnominal. Pode-se perceber que se o retirarmos da oração, a mesma mantém significação completa, pois é possível fazer-se entender se escrevêssemos “O caminhão está atrasado”. Além disso, o adjunto adnominal, diferente do CN, age sobre o termo ao qual se liga ou simplesmente o caracteriza como no caso acima.

Para melhor ainda entendermos este problema sintático, atribuamos leis ao CN, diferenciando-o do A. Adn.:

COMPLEMENTO NOMINAL

1ª lei: é necessário para completar o sentido oracional.

2ª lei: regido sempre de preposição.

3ª lei: liga-se a nome (substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio).

4ª lei: sofre ação, estado ou circunstância do termo regente.

ADJUNTO ADNOMINAL

1ª lei: pode ser dispensável.

2ª lei: nem sempre regido de preposição.

3ª lei: somente a substantivo, geralmente concreto.

4ª lei: age sobre o termo a que se liga ou simplesmente o caracteriza.

Observe as duas orações abaixo:

1ª – A crítica DO DEPUTADO foi dura.

2ª – A crítica AO DEPUTADO foi dura.

Ok. Qual dos termos destacados é CN e A. Adn.?

Neste caso, as três primeiras leis de ambos os termos sintáticos não resolverão o problema, já que o substantivo ao qual se ligam os segmentos em destaque é o mesmo: crítica. Portanto como resolver esta “pendenga”? Simples, usemos a quarta lei.

Na primeira oração, percebe-se que o deputado fez a crítica, logo, temos aí um A. Adn.. Já, na frase debaixo, o deputado sofre a crítica, então não nos resta dúvida de que estamos falando de um CN.

AGENTE DA PASSIVA

Devemos, primeiramente, entender um pouco as vozes verbais. São elas: ativa, passiva e reflexiva. Observe o esquema:

1ª - Voz ativa: sujeito exerce ação.

Exemplo: O garoto jogou uma pedra.

Sujeito ativo = O garoto

Ação = jogou

Objeto direto = a pedra

2ª - Voz reflexiva = sujeito exerce ação contra si.

Exemplo: O garoto feriu-se. (feriu a si mesmo)

Sujeito reflexivo = O garoto

Ação = feriu

Se = partícula ou pronome reflexivo

3ª - Voz passiva = sujeito sofre ação de um agente (explícito ou implícito).

Exemplo: A pedra foi jogada (pelo garoto).

Sujeito passivo: A pedra

Ação = foi jogada

Agente = pelo garoto

Destes três esquemas apresentados, consideremos o terceiro, sobre a voz passiva. Nela, percebemos que o sujeito “a pedra” sofre a ação de “ser jogada”, mas por quem? Resposta simples: pelo garoto. Este, sintaticamente, exerce função de agente da passiva, ou seja, ele age sobre o sujeito. Geralmente vem regido pela preposição “por”, mas, ainda que raramente, pode também ser regido pela preposição “de”, como, por exemplo:

Aquela selva é habitada DE SELVAGENS.

O sujeito desta oração é “Aquela selva”, que sofre a ação de “ser habitada” e por quem? “selvagens”.

Caso haja dúvida de que tal segmento é agente, por usar a preposição “de”, então a troque pela preposição “por”. Veja outro exemplo:

O corpo foi infectado DE BACTÉRIAS.

Logo, o que infectou o corpo? Bactérias. Posso trocar “de” por “por”? Sim, posso. Então o termo regido por esta preposição será agente da passiva.

ESPERO TER CONTRIBUÍDO. FAREI LOGO MAIS SOBRE OS TERMOS ACESSÓRIOS. UM ABRAÇO!

Tom Lazarus
Enviado por Tom Lazarus em 09/09/2009
Reeditado em 09/09/2009
Código do texto: T1800556
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.