Processos de FORMAÇÃO DE PALAVRAS - parte II - TIPOS BÁSICOS
Os PROCESSOS BÁSICOS de FORMAÇÃO DE
PALAVRAS são :
- COMPOSIÇÃO
- DERIVAÇÃO.
O processo de COMPOSIÇÃO se subdivide
em :
A G L U T I N A Ç Ã O - que consiste na fusão de
duas ou mais palavras para formarem uma terceira. Via de regra
esse processo sacrifica uma ou algumas letras de algumas das
palavras que compõem a palavra final.
Ex.: a palavra E M B O R A : É formada pela fusão
de : em + boa + hora.
Perda de letras ocorrida : o "a" de "boa" e as letras
"ho" de "hora".
Outro exemplo : pernalta (= perna + alta)
Perda de letra ocorrida : o "a" ou de "perna" ou de
"alta".
J U S T A P O S I Ç Ã O - que consiste no encontro
de duas ou mais palavras , quase sempre separadas por hífen, em
cujo processo NÃO HÁ PERDA DE LETRAS e os termos que compõem
a palavra composta mantêm sua independência semântica (eles não
perdem seu significado individual).
Ex.: Beija-flor
Pombo-correio
Pé-de-moleque
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O processo de DERIVAÇÃO se subdivide em :
- Derivação PREFIXAL
- Derivação SUFIXAL
- Derivação PREFIXAL e SUFIXAL ao mesmo tempo
- Derivação PARASSINTÉTICA
- Derivação REGRESSIVA
- Derivação IMPRÓPRIA.
DERIVAÇÃO PREFIXAL
Consiste no acréscimo de um prefixo a uma palavra
base, alterando, de alguma forma, o significado da palavra-base.
Ex.: DEScontente (contente : palavra-base; des :
prefixo indicativo de negação)
DERIVAÇÃO SUFIXAL
Consiste no acréscimo de um sufixo a uma palavra-base, alterando, de alguma forma, o significado da palavra-base.
Ex.: cafe(z)AL (café = palavra-base; z = consoante
de ligação; AL = sufixo).
DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL ao mesmo tempo
É o conjunto dos dois primeiros processos : acrésci-
mo, ao mesmo tempo, de um prefixo e um sufixo à palavra-base
(Obs.: Neste processo, NÃO HÁ PERDA DE LETRA;
Esse processo ocorre em PALAVRAS QUE
N Ã O SEJAM VERBO;
A palavra-base tem sentido sozinha ou só
com o prefixo ou só com o sufixo ou com
os dois ao mesmo tempo).
Ex.: IMprovavelMENTE.
Palavra-base (que tem sentido) = provável
Palavra-base SÓ COM O PREFI-
XO (e que tem sentido) = improvável
Palavra-base SÓ COM O SUFI-
XO (e que tem sentido) = provavelmente.
DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA.
É, basicamente, o mesmo processo de DERIVAÇÃO
PREFIXAL e SUFIXAL ao mesmo tempo. As diferenças com relação
à derivação prefixal e sufixal são estas :
- Esse tipo de derivação é MAIS ESPECÍFICA PARA
FORMAS V E R B A I S.
_ Nesse tipo de derivação, às vezes há perda de
alguma letra;
- A palavra-base NÃO existe somente com o prefixo
nem somente com o prefixo, mas com o acréscimo
OBRIGATÓRIO dos dois.
Ex.:ENsurdeCER
(palavra-base : surdo; prefixo : em/en; sufixo-ver-
bal : (c)er.)
DERIVAÇÃO REGRESSIVA
É aquela através da qual É DO VERBO QUE SE ORIGINA O SUBSTANTIVO, com a simples retirada da desinência (ou
terminação) "r" do nome de alguns verbos.
Ex.: Nome do verbo : dançaR (retirando-se a desi-
nência/terminação R, temos
o substantivo "dança")
O mesmo ocorre com o verbo "pescar" e outros do
tipo.
DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA.
Ocorre quando, a depender do contexto, uma pala-
vra TEM SUA CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA ORIGINAL ALTERADA : um verbo pode tornar-se um substantivo; um adjetivo pode tornar-se
um advérbio; um adjetivo pode tornar-se um substantivo, etc.
Exemplos :
1) Na frase "o OLHAR do menino era triste".
Aqui, "olhar" deixou de ser verbo para transfor-
mar-se em substantivo, em função de estar pre-
cedido do artigo "o".
2) "O homem caminhava LENTO".
"Lento", neste contexto, indica MODO. Portanto,
um ADVÉRBIO DE MODO. E o que reforça essa
afirmação é que, nesta frase, "lento" pode ser
substituído por "lentamente".
3) "O TRABALHADOR brasileiro ganha mal".
A palavra "trabalhador", originalmente, é um ad-
jetivo, por indicar uma qualidade atribuída a um
determinado substantivo.
Ex.: "Deus sempre socorre o homem TRABALHA-
DOR". Aqui, "trabalhador" é adjetivo, porque
está indicando uma qualidade ao substantivo
"homem".
Já na frase "o TRABALHADOR brasileiro ganha mal",
"trabalhador" passa a ser SUBSTANTIVO, porque
o adjetivo, nesta mesma frase, é a palavra "bra-
sileiro".
(Em resumo, este caso de DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA
vem a confirmar o afirmado em um de nossos ar-
tigos anteriores, intitulado "a dança das classes
gramaticais", onde afirmamos que "o que determi-
na a classificação morfológica DE QUALQUER PALA-
VRA NA LÍNGUA PORTUGUESA é o contexto em que
ela estiver empregada).
Um bom dia a todos