"ch", "nH", "lH" (ele agá) são, de fato, DÍGRAFOS ?

(Amigos leitores e (aqueles como nós)

fanáticos pela língua portuguesa :]

Conforme já é previsível, a respeito do con-

teúdo deste artigo, iremos receber uma en-

xurrada de manifestações de discordância.

Estamos, nesta oportunidade, como

sempre, abertos a críticas e posicionamen-

tos discordantes, DESDE QUE BEM FUNDA-

MENTADOS. Se, portanto, um argumento em

contrário, nos parecer coerente, tenham

certeza de que não apenas nos curvaremos

a ele, como agradeceremos pela inestimável

contribuição de seu autor.

Afinal, além de não sermos o dono da

verdade, este nosso espaço prima

exatamente por levantar questionamentos

em torno de nossa complicada língua e com

total liberdade de posicionamentos em con-

trário, com um objetivo único : tentarmos

entendê-la o melhor possível e aprender a

nossa língua através de polêmicas . Afinal,

"é da discussão que vem a luz".

Mas, vamos lá...)

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Observe as letras em maiúsculo nas pala-

vras abaixo :

- maSSa (2 letras, "ss", com UM único som, o de "ç")

- naSCeu(2 letras, "sc", com UM único som, o de "c")

-eXCedeu (2 letras, "xc", com UM único som, o de "c")

- aQUilo (2 letras, "qu",com UM único som, o de "k").

Ou seja, nestas palavras, HOUVE O EMPREGO DE DÍGRAFO, porque, nelas, as duas letras destacadas - confirmando

o conceito a respeito de dígrafo - correspondendem a um único som.

E, para reforçar ainda mais tal conceituação, reparem

que, se ao invés de "aQUilo", relacionássemos a palavra "QUando",

nesta palavra, mesmo mantido o encontro QU, já não teríamos dí-

grafo, visto que, nesta palavra, Q e U têm sons distintos - o que

não ocorre com a palavra AQUILO.

Agora, observe estas palavras :

CHeiro,

diNHeiro,

faLHa.

O que podemos depreender delas, especificamente com relação aos encontros CH, NH e LH ?

Para nós, pelo fato de o H, nestes encontros NÃO SOAR MUDO (ao contrário de em "Hoje", "ah" e similares), descaracteriza esses encontros como formadores de DÍGRAFOS :

Sem o H, o "c" pode ter os sons de "si" (como em "cereja"), o som de K (como em "Código"), etc...

ou seja :

(Ao contrário de "massa", "nasceu", "excedeu" e "aquilo", em que a segunda letra não altera a sonoridade da primeira), em CH ("CHEIRO"), o emprego do "h" altera o som original de C; O mesmo

acontecendo com "diNHeiro" e "faLHa".

Ilustrando melhor :

Cora (=enrubece), sem o "h", o "c" tem o som de K,

mas em

CHora (=lacrimeja), com o "h", o "ch" tem o seu som

profundamente alterado, de "k" para

"x".

Se hipoteticamente viesse a ser julgado procedente por quem de direito (gramáticos e linguistas) este nosso questionamento, os encontros CH, LH, NH deveriam deixar de ser classificados como dígrafos, passando a ser classificados como ENCONTROS CONSONANTAIS (daquele tipo em que as letras que formam o encontro consonantal NÃO se separam, como ocorre em "BRanco", por exemplo).

À análise e pronunciamento dos nossos

leitores...

(Não sabemos se conseguimos ser suficientemente claros na explanação da problematização (argh, quanto eco!) mas, a depender das prováveis manifestações de discordância, é possível que consigamos ir sendo

mais elucidativos). (Assim esperamos...)

Um bom domingo a a todos.

pedralis
Enviado por pedralis em 06/06/2010
Código do texto: T2303054
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