“HUMILDÍSSIMO”, “HUMÍLIMO” OU “HUMILÍSSIMO” ?
Embora ainda haja muita controvérsia acerca do uso “autorizado” desses superlativos sintéticos, tem-se que essas três formas são muito empregadas entre escritores clássicos, sendo, a nosso aviso, precipitação cogitar-se em eventual “erro” ou “deslize” gramatical.
HUMILDÍSSIMO – Trata-se do superlativo sintético “popular” de humilde, o qual nem por isso é rejeitado por exemplares escritores.
Exemplo:
“Ana levantou os olhos para a face do tio, e murmurou com [humildíssimo] gesto de quem exorta: –– “Perdoe-me a mim, meu tio.” (Camilo Castelo Branco, Demônio, I, 115).
HUMÍLIMO – Trata-se do superlativo sintético erudito, o qual advém diretamente ao latim “humilis”.
Exemplo:
“Na história sombria das cidades batidas, o [humílimo] vilarejo ia surgir com um traço de trágica originalidade.” (Euclides da Cunha, Sertões, 335).
HUMILÍSSIMO – Trata-se do superlativo sintético semierudito de humilde.
Exemplo:
“E não seria ela [erudição] ridícula no humilde historiador de um [humilíssimo] Truão?” (Alexandre Herculano, Bobo, 38).