“HUMILDÍSSIMO”, “HUMÍLIMO” OU “HUMILÍSSIMO” ?

Embora ainda haja muita controvérsia acerca do uso “autorizado” desses superlativos sintéticos, tem-se que essas três formas são muito empregadas entre escritores clássicos, sendo, a nosso aviso, precipitação cogitar-se em eventual “erro” ou “deslize” gramatical.

HUMILDÍSSIMO – Trata-se do superlativo sintético “popular” de humilde, o qual nem por isso é rejeitado por exemplares escritores.

Exemplo:

“Ana levantou os olhos para a face do tio, e murmurou com [humildíssimo] gesto de quem exorta: –– “Perdoe-me a mim, meu tio.” (Camilo Castelo Branco, Demônio, I, 115).

HUMÍLIMO – Trata-se do superlativo sintético erudito, o qual advém diretamente ao latim “humilis”.

Exemplo:

“Na história sombria das cidades batidas, o [humílimo] vilarejo ia surgir com um traço de trágica originalidade.” (Euclides da Cunha, Sertões, 335).

HUMILÍSSIMO – Trata-se do superlativo sintético semierudito de humilde.

Exemplo:

“E não seria ela [erudição] ridícula no humilde historiador de um [humilíssimo] Truão?” (Alexandre Herculano, Bobo, 38).

David Fares
Enviado por David Fares em 15/01/2011
Reeditado em 16/01/2011
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