Vamos praticar TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO e/ou PRODUÇÃO TEXTUAIS concomitantemente ao ENSINO DE CONTEÚDOS GRAMATICAIS ?

Como a dificuldade de interpretação e/ou produção textuais, por parte do alunado em geral, representa O MAL DO SÉCULO, no que se refere à esfera educacional - e, nisso, não nos

cansamos de reprisar, é provável que nós, professores de Português, tenhamos uma parcela de culpa, visto que, nos padrões tradicionais de ensino aplicados pelos professores de língua portuguesa, as questões de interpretação textual se atinham àquelas cujas respostas estavam claramente expressas no texto -se e, neste caso, nenhum acréscimo, em termos de conhecimento, representava para o aluno -;

e

Considerando que, para qualquer concurso

(vestibular, Enem, processos de seleção, para emprego, de órgãos públicos, etc, o item INTERPRETAÇÃO continua sendo o que mais reprova,

Faz-se sumamente necessário que busque-

mos, como professores, adequar a metodologia de ensino, levando o

aluno a ver em qualquer texto muito além das informações explícitas.

E é a isso que, a partir do texto abaixo, nos

propomos : DISSECÁ-LO AO MÁXIMO, fazendo o aluno se debruçar sobre ele (o texto).

E o nosso "primeiro treino" é em torno do

texto a seguir, criado por nós para tal finalidade. Ei-lo :

(Detalhe : como temos, neste espaço, uma "cota diária de utilização",

as questões interpretativas em torno dele serão relaciona-

das a partir dos próximos encontros. Cremos, será de utili-

dade para todos. Pedimos, inclusive, aos colegas professo-

res - especialmente os de Língua Portuguesa - que deem

sugestões de outras questões que poderiam ser acrescen-

tadas a respeito do citado texto abaixo. Um abraço a to-

dos !)

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BONS TEMPOS, AQUELES !

Cininha, debruçada na janela do casarão, observava o ambiente em volta. A despeito de não ter a liberdade que desejava, mas resignava-se porque, por outro lado, havia as compen-

sações...

Cininha, menina-moça de bons costumes,

negra de tez brilhante, era um doce de criatura. Mas, de uns dias

para cá, anda meio cabisbaixa, sem aquela alegria natural que tanto

a caracteriza.

- Cininha, está na hora de vir me banhar! Vá, com o vasilhame de barro, buscar água na fonte... - era a Sinhazinha, com sua voz lân-

guida, que anunciara seu despertar diário.

- É prá já, Sinhazinha !

Pelos campos floridos - ah, como Cininha adorava flores !-, lá ia ela, andando em passo firme até o riacho que passava pelos fundos da propriedade.

Após encher o vasilhame com paciên-

cia - tinha de separar pequenas sujeiras trazidas pela água corren-

te -, pegou o caminho de volta. Enquanto caminhava, via sua sombra sendo pisoteada por ela mesma.

- Que engraçado ! - pensava consigo mesma.

Era uma criada feliz, sem dúvida . Afinal, tinha o carinho da patroinha, o respeito do pai desta, a fartura alimen-tar e a segurança tão necessárias. O que mais poderia pleitear ?

Pouco depois, ela chegava aos degraus que davam acesso à entrada lateral do casarão (O patrão disse a ela para só usar aquele acesso, havendo ou não visitantes na casa).

- O patrão deve ter lá suas razões prá ordenar isso - comentou ela, recentemente, com uma das outras criadas da casa .

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Ver-nos-emos (crendeuspai prá essa

mesóclise, que ocorre quando o pronome oblíquo vem DENTRO ou NO MEIO do verbo) amanhã !

pedralis
Enviado por pedralis em 06/02/2011
Código do texto: T2775116
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