ESCREVER [À] IGREJA OU ESCREVER [PARA] A IGREJA?
A nosso despretensioso aviso, essas sentenças NÃO possuem igual valor semântico. É que o uso das preposições [A] e [PARA], nesse como em outros casos, modifica, por completo, o real sentido das referidas sentenças.
Leciona o notável LUIZ A. P. VICTÓRIA, autor de diversas obras e dicionários, que:
“ESCREVER – Escrevi para meu tio.
Corretamente falando, será: escrevi a meu tio.
Escreva-se a alguém e não para alguém.
— Observe-se, entretanto, que a preposição para se justifica nos dois casos seguintes:
1º) quando se empregar o verbo, no sentido de escrever para algum lugar.
Escrevi para Paris.
2º) Quando se escreve uma obra para uso especial de determinada pessoa.
Fenelon escreveu o Telêmaco para o Delfim.” (Como se Deve Dizer e Como Não se Deve Dizer, Editora Científica, 6ª ed., 1965, p. 38).
Assim - e sem nenhuma intenção de contrariar o entendimento de nosso amigo Américo Oliveira -, dos exemplos acima expostos e da intuição do emprego do verbo ESCREVER, conclui-se que a preposição A deve ocorrer com substantivo que nomeie PESSOA, e PARA deve aparecer junto de substantivo que designa LUGAR.
É o nosso modesto entendimento.