“FALECER” E “MORRER”

Conquanto existam bons dicionários dando estes verbos como sinônimos, convém anotar o seguinte:

1 – FALECIMENTO é o ato de falecer, de fazer falta aos que ficam vivos. MORTE, por sua vez, é a cessação da vida.

2 – Recomenda-se — note-se: recomenda-se! — o uso do verbo FALECER para PESSOAS; e o uso do verbo MORRER para PESSOAS e ANIMAIS. Assim, embora não seja incorreto dizer “Meu cachorro FALECEU”, é preferível a forma “Meu cachorro MORREU”.

Ensina, a propósito, o gramático e dicionarista LUIZ ANTÔNIO SACCONI:

“... Só falece quem sai da vida naturalmente, por doença ou velhice. Morre todo aquele que perde a vida, brutalmente ou não. Toda pessoa que falece, morre, mas nem toda pessoa que morre, falece. Uma pessoa assassinada não “falece”, morre. Um nonagenário, num asilo ou num leito de hospital, falece. Só a morte pode ser violenta; o falecimento, ao contrário, apenas exprime um efeito natural e é sereno, calmo e tranquilo. Por isso, rezemos todos para falecermos, bem tarde, muito tarde!” (Não Erre Mais!, Editora Harbra, 28ª ed., 2005, p. 6).

É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?