A MELHOR “FASE” OU “ETAPA” DE NOSSA VIDA?

Embora já existam dicionários, no Brasil e em Portugal, dando esses vocábulos como sinônimos em sentenças como essa, convém assinalar que os puristas e os escritores clássicos sempre condenaram o emprego de “etapa” no sentido de “fase”.

Escreve AFONSO COSTA:

“Etapa — A parada que faz a tropa, a ração do soldado. Não havendo em nossa língua palavra que a substitua, adotou-se o termo francês, dando-se-lhe a terminação portuguesa. E aí ficou, como diz Heráclito Graça.” (Galicismos e não-Galicismos, p. 86).

No sentido militar, nada há que se oponha ao uso de etapa. Nada obstante, na acepção de “estádio”, “fase”, “época”, “período” — segundo os puristas e os escritores clássicos — é estrangeirismo flagrante e desnecessário, como diz o notável VASCO BOTELHO DE AMARAL. “Teve duas fases a nossa paixão.” (Machado de Assis, Brás Cubas, p. 68).

Ensina o renomado filólogo VITTÓRIO BERGO:

“ETAPA — Galicismo admitido no sentido de ração diária, rancho, refeição militar. “Há de o soldado fiel pagar, do soldo, ou da etapa, os seus capelães?” (Rui, Disc. Parlamentares, XXX, I, 380) — Não faz falta para substituir caminhada, ciclo, estádio, fase, jornada, lanço, período, etc.” (Erros e Dúvidas de Linguagem, Editora Francisco Alves, 7ª ed., 1988, p. 164).

É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 03/12/2011
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