“FAZER QUE” OU “FAZER COM QUE” ELE ESTUDE?

Conquanto o inigualável filólogo português CÂNDIDO DE FIGUEIREDO refutasse veemente a construção “fazer com que”, muitos mestres de polpa continuam pensando como o erudito filólogo brasileiro HERÁCLITO GRAÇA, implacável opositor do mencionado filólogo português, isto é, aceitam perfeitamente “fazer com que” e “fazer que” como tipos sintáticos equivalentes no sentido.

RUI BARBOSA, profundo conhecedor não só da Língua Portuguesa, na sua famosa e incomparável Réplica, afirmou: “Fazer com que. Rejeita Figueiredo esta construção. Mas o uso clássico a recomenda.” (Réplica, n.º 147). Cita ainda o grande jurista pátrio exemplos extraídos de GIL VICENTE, de DUARTE NUNES, de CAMÕES, de CASTILHO e de CAMILO. “Infelizmente, tanto a população como a municipalidade se acham animadas do mesmo sentimento, o que faz com que as árvores não possam medrar.” (MACHADO DE ASSIS, Crônicas, II, p. 132).

SÁ NUNES (Aprendei o Idioma Nacional, II), depois de argumentar brilhantemente a favor de “fazer com que” e apoiar o seu ensino em autoridades modelares, conclui: “Fazer com que é, segundo os autores mencionados, expressão vernaculíssima, a que todos podemos subscrever sem o mínimo receio de ferir a índole da língua.”.

É ou não cercada de mistérios nossa adorável e insubstituível Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 07/12/2011
Código do texto: T3376231
Classificação de conteúdo: seguro