O EMPREGO DO PRONOME “SI”

Emprega-se o pronome SI quando a voz do verbo é reflexiva, isto é, quando o sujeito pratica e sofre a ação verbal. Diga-se o mesmo do pronome CONSIGO.

No português do Brasil, constitui erro grave o emprego do pronome SI com relação à pessoa com quem se fala. Ex.: Isto é para “si”, em vez de: “para você”, “o Senhor”, etc.

Só se considera correto, entre nós, o uso desse pronome como reflexivo da 3ª pessoa. Ex.: Filisbina é muito vaidosa; só cuida de “si” [certo] [= dela mesma, dela própria] / Quando a bela Hermenegilda caiu em "si", já era tarde / Cordúncio é tão egoísta que só pensa em "si".

Essa orientação se aplica também à forma CONSIGO. Ex.: Estou muito zangada “consigo”, Ludêncio [errado]; Estou zangada com “você”, Ludêncio [certo]. Mas: O aluno trouxe o livro “consigo” [certo].

A razão desse erro parece residir na existência de vários pronomes da 3ª pessoa, responsáveis pela hesitação que ocasiona o emprego das formas oblíquas respectivas. Na dúvida, recorre-se a forma SI, que é interpretada como um denominador comum.

Em Portugal, entretanto, o emprego do pronome SI com referência à pessoa com quem se fala aparece até na linguagem literária, como se pode ver em vários passos do grande Camilo Castelo Branco.

Coisas da nossa inigualável Língua Portuguesa...

David Fares
Enviado por David Fares em 01/01/2012
Reeditado em 01/01/2012
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