O EMPREGO DO PRONOME “SI”
Emprega-se o pronome SI quando a voz do verbo é reflexiva, isto é, quando o sujeito pratica e sofre a ação verbal. Diga-se o mesmo do pronome CONSIGO.
No português do Brasil, constitui erro grave o emprego do pronome SI com relação à pessoa com quem se fala. Ex.: Isto é para “si”, em vez de: “para você”, “o Senhor”, etc.
Só se considera correto, entre nós, o uso desse pronome como reflexivo da 3ª pessoa. Ex.: Filisbina é muito vaidosa; só cuida de “si” [certo] [= dela mesma, dela própria] / Quando a bela Hermenegilda caiu em "si", já era tarde / Cordúncio é tão egoísta que só pensa em "si".
Essa orientação se aplica também à forma CONSIGO. Ex.: Estou muito zangada “consigo”, Ludêncio [errado]; Estou zangada com “você”, Ludêncio [certo]. Mas: O aluno trouxe o livro “consigo” [certo].
A razão desse erro parece residir na existência de vários pronomes da 3ª pessoa, responsáveis pela hesitação que ocasiona o emprego das formas oblíquas respectivas. Na dúvida, recorre-se a forma SI, que é interpretada como um denominador comum.
Em Portugal, entretanto, o emprego do pronome SI com referência à pessoa com quem se fala aparece até na linguagem literária, como se pode ver em vários passos do grande Camilo Castelo Branco.
Coisas da nossa inigualável Língua Portuguesa...