MUITOS RECLAMAM DO MAIS RECENTE ACORDO ORTOGRÁFICO ENTRE BRASIL E PORTUGAL. POR QUÊ?

Ao escrever, não dou bolas para a Nova Ortografia. Quem mais perde sou eu mesmo. Por quê? Porque ela simplificou um pouco a escrita.

Resolvi, finalmente, ler sobre ela e deixar aqui o resultado do que li. Ao longo do texto, vou explicando por que a mudança foi importante.

Mas, em linhas gerais, quanto mais se tentar aproximar o português europeu do brasileiro, melhor. Não custa tanto e evita que no futuro tenhamos uma nova disciplina: “O Português Lusitano”. Se bem que as diferenças sejam apenas dialetais e, no fundo, a língua seja a mesma (igual estrutura gramatical, grande aproximação entre pronúncia e ortografia, etc.), as diferenças grandes no sotaque e o distanciamento entre os dois países no que concerne à pronúncia de muitas palavras, podem fazer com que um dia um falante de um desses dialetos não entenda o que o do outro fala. Apesar de na escrita não haver quase diferenças, na fala, estas já foram longe demais.

Quem mais reclama da nova ortografia, todos sabem, é o “antigo” OFFICE 2007 (Word, Outlook, Excel, Powe Point e outros programas). Ainda bem que a Microsoft lançou um novo patch de atualização ortográfica! É só fazer o download, que, aliás, não fiz ainda. “Tecnantice”!

Vamos aos itens da Nova Ortografia:

1) Alfabeto. Tem 26 letras (o K, o W e o Y foram incorporados ao alfabeto português). Podemos, agora, escrever palavras com essas novas letras sem risco de sofrer pena por lesa-língua. William e Kafka já não são nomes estrangeiros.

2) Trema. Acabou seu uso na escrita (exceto para nomes estrangeiros, Müller, por exemplo). Na pronúncia, não. Nada de ficar tão “trankilo” assim. Aqui temos a vantagem de perder menos tempo ao escrever, mas, para as futuras gerações, poderá surgir a dificuldade de se ler corretamente uma palavra desconhecida. A antiga “lingüiça” ficou mais fácil de fazer: Linguiça. Pena que o sabor parece não ter melhorado e não vai demorar muito a custar “cinQUEnta” reais o QUIlo (“kilo”)!

3) Acentuação .

a) Ditongos: EI e OI nas paroxítonas, já não são graficamente acentuadas. Já não se tem uma boa “idéia” ou se fala para “platéia”.

Quem tiver uma boa ideia, fale para plateia. PORÉM, o sinal permanece nos ditongos abertos ( ÉI, ÉU, ÓI) das palavras monossilábicas e oxítonas. Por isso, continua existindo herói, mas ato “heróico”, não! Quem quiser ganhar um TROFÉU, basta realizar um feito HEROICO.

b) I e U em hiatos não já não recebem sinais de acentuação depois de ditongo. Assim, “feiúra” deixou de existir. O que há agora é muita feiura nas cabeças das pessoas. PORÉM, se tais letras, mesmo depois de ditongos, vierem no final de palavras oxítonas, elas serão acentuadas: Piauí. Nos demais casos, se essas vogais forem tônicos, formando hiato, o sinal de acentuação permanece: Plebeísmo, saúde.

c) Hiato: OO e EE não recebem sinal de acentuação. Portanto, acabou o “enjôo” de quem estava em “vôo”. No voo, temos agora enjoo. Eles já não “lêem”, “crêem” ou “vêem”, mas leem , creem, e veem.

d) Palavras homônimas. Acabou o acento diferencial das palavras homônimas. Já não se “pára” apenas para abastecer. Se para, agora, também para atender o celular. Já não há também as duplas péla/pela, pêlo/pelo, pêra/pera, pólo/polo. Apenas existem: Pelo, pêra e polo.

Nota: Permanece nos verbos poder (ontem ele pôde; hoje já não pode) e pôr ( vou pôr a fita por cima). Por: Preposição. Para o verbo conjugado na primeira pessoa do plural do indicativo, usa-se (facultativamente) o agudo no pretérito perfeito para não ser confundido com presente: Jogámos ontem. Jogamos hoje. Fica facultativo o diferencial de fôrma/forma: A forma da fôrma (ou forma) do bolo é circular.

4) Hífen.

a) Quando um prefixo terminar em vogal e a palavra seguinte em R ou S, dobra-se essas letras e não se usa o hífen: antessala, autorretrato, antissocial, autossugestão, contrassenso, infrassom, suprarrenal. Já não se escreve: “Ante-sala”, “ anti-social” , “infra-som” e “supra-renal”.

b) Quando o prefixo termina com a MESMA VOGALvogal que inicia a palavra seguinte, o uso do hífen é obrigatório: Anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, micro-ondas, micro-ônibus. E não: antiinflamatório, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus).

c) Quando a vogal final do prefixo for DIFERENTE da que inicia a outra palavra, não se usa o hífen:

Autoajuda, autoescola, autoinstrução, coautor, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intrauterino, neoimperialista, semiárido, semiautomático. PORÉM, tal regra não se aplica se a segunda palavra começar por h: Anti-herói, anti-higiênico, semi-herbáceo, sobre-humano.

Quanto ao uso do hífen, o novo acordo ortográfico facilitou muito a vida de quem escreve.

Fonte:

Um apanhado na INTERNETE, sobretudo neste site: http://www.dicasparacomputador.com/download-nova-regra-ortografica-portugues-para-microsoft-office#ixzz25KwgGJGC

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 02/09/2012
Reeditado em 07/09/2012
Código do texto: T3862119
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