Permitimos-nos discordar dos gramáticos, quando permitem EMPREGO DE CRASE nos encontros "àquele", "àquela", "àqueles", "àquelas" e "àquilo".

E a razão a que nos apegamos para fundamentar-

mos essa nossa discordância é a seguinte :

O ACENTO (agudo, circunflexo ou o grave - que

se tornou A CRASE) TEM POR FINALIDADE PRECÍPUA, EM NOSSA LÍNGUA,

INDICAR A SÍLABA TÔNICA DE UMA PALAVRA. Isto significa que, EM

QUALQUER PALAVRA DE NOSSA LÍNGUA, A SÍLABA QUE ESTIVER ACEN-

TUADA NESSA PALAVRA É A QUE DEVE SER PRONUNCIADA COM MAIS

FORÇA (=sílaba tônica).

Exs.: PÂNcreas ("pan", POR ESTAR ACENTUADA,

é a sílaba tônica); hieRÓglifo ("ró", POR ESTAR ACENTUADA, é a sílaba

tônica)...e assim por diante.

E um caso que melhor confirma isso (o acento é

que indica a tonicidade de uma sílaba de uma palavra) é aquele que en-

volve PALAVRAS MONOSSÍLABAS (em que algumas são átonas - fracas -

e outras são tônicas - fortes. É o que ocorre em palavras como :

"Da" (preposição "de" + artigo "a") = monossílabo ÁTONO, PORQUE NÃO É ACENTUADO; porém, "Dá" (3a.

pessoa do singular do indicativo presente do verbo dar) é MONOS-

SÍLABO TÔNICO, PORQUE É ACENTUADO.

Reiterando a regra básica da língua portuguesa:

O ACENTO, NUMA PALAVRA, INDICA QUE A SÍLABA ACENTUADA É A CHAMADA SÍLABA TÔNICA.

Agora, retornemos aos exemplos dados no

enunciado da questão : "àquele" (= a + aquele), "aquela" (= a + aque-

la")...

E, mesmo com o emprego do acento grave

(crase) na primeira sílaba, o que deveria tornar esta sílaba ("a") a sí-

laba tônica da palavra, por que (por instrução de nossos gramáticos)

nós pronunciamos como se fossem paroxítonas as palavra àquele,

àquela, àqueles, àquelas e àquilo ?

(Como é provável que alguns de nossos lei-

tores possam ainda não terem se defrontado com esse tipo de proble-

ma, aqui vai uma frasezinha em que há emprego de uma dessas pala-

vras : Amigo, você irá ÀQUELE evento que está previsto para hoje

à noite ali na praça?)

Não se trata de uma aberração e tanto ?

À análise dos amigos leitores, colegas de

docência em língua portuguesa, enfim...aguardamos seus comentários

pró ou contra tal ponto de vista nosso.

pedralis
Enviado por pedralis em 19/08/2013
Código do texto: T4441090
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