MAUS TRATOS x MAUS-TRATOS
Esses vocábulos, para nós, de fato existem na Língua Portuguesa. E o hífen nele empregado faz toda a diferença. Mas existe certa e autorizada controvérsia acerca do vocábulo “maus-tratos” [com hífen].
A 5ª e última edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – VOLP, por exemplo, registra o vocábulo “maus-tratos” [com hífen] na p. 534.
As últimas e atualizadas edições dos excelentes e conhecidos dicionários AURÉLIO e HOUAISS também registram a forma hifenizada [maus-tratos], ao passo que o também excelente e atualizado dicionário MICHAELIS simplesmente NÃO a registra.
LUIZ ANTONIO SACCONI, em seu “Não Erre Mais!”, Editora Harbra, 28ª ed., 2005, p. 215, afirma que “maus-tratos” [com hífen] é termo jurídico e significa “crime cometido por aquele que põe em risco a vida ou a saúde de pessoa que está sob sua autoridade, guarda ou vigilância”, ao passo que “maus tratos” [sem hífen] é uma expressão equivalente a “tormentos, torturas”.
O imortal gramático NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA, em seu “Dicionário de Questões Vernáculas”, Editora Ática, 4ª ed., 1998, p. 335, assim assevera: “Não existe um composto, uma só palavra; escreve-se analiticamente, o plural é maus tratos, sem hífen”.
“As razões da divergência são mais úteis do que as da concordância, porque suscitam reflexão e o reexame de nossas opiniões” — B. Calheiros Bomfim.