“AGRAVANTE” e “ATENUANTE” [NOSSO ENTENDIMENTO]
Depois de ler, neste educativo espaço, um texto de autoria do Prof. Domingos Ivan acerca do gênero dos vocábulos “agravante” e “atenuante”, resolvemos, como mero e eterno aprendiz da Língua Portuguesa, expressar nossa humilde opinião sobre o assunto, sem nenhum objetivo, é claro, de causar polêmica.
Esses vocábulos, em nosso modesto entendimento, pertencem ao gênero FEMININO, por isso, particularmente, não nos sentimos à vontade quanto ao emprego deles no gênero MASCULINO. Nada obstante, justificamos nosso entendimento nas lições que se seguem.
Diz o gramático e dicionarista pátrio LUIZ ANTONIO SACCONI:
“atenuante / agravante
São palavras femininas: “a” atenuante, “a” agravante.
Numa de nossas revistas semanais de informação: ‘Paga-se aqui, em termos médios, mais imposto que nos países desenvolvidos, com ‘o agravante’ de a carga de contribuição estar concentrada sobre os ombros de um única classe – a classe média.” (Não Erre Mais!, Editora Nova Geração, 30ª ed., 2010, p. 113).
Advertem os professores JOÃO BOSCO MEDEIROS e ADILSON GOBBES:
“Agravante. Circunstância grave. É palavra feminina: ‘a agravante’”.
“Atenuante. Que diminui a gravidade. Substantivo feminino ‘a atenuante’” (Dicionário de Erros Correntes da Língua Portuguesa, Editora Atlas, 5ª ed., 2009, pp. 22 e 39).
Do mesmo entendimento comungam os festejados professores JOSÉ DE NICOLA e ERNANI TERRA:
“AGRAVANTE
No sentido de ‘que aumenta a gravidade’ é substantivo feminino.
Ele foi mal na prova, e com uma ‘agravante’: ainda colou.
Na linguagem jurídica, para designar ‘aquele que interpõe um recurso, denominado agravo’, é substantivo de dois gêneros: ‘o agravante’ (quando quem interpõe o recurso é do sexo masculino), ‘a agravante’ (quando é do sexo feminino)”. (1001 Dúvidas de Português, Editora Saraiva, 13ª ed., 2002, p. 27).
EDUARDO MARTINS, reconhecido estudioso do idioma, chega a ser enfático:
“Agravante. Palavra feminina: ‘a’ agravante, ‘uma’ agravante.”
“Atenuante. Palavra feminina: ‘a’ atenuante, ‘algumas’ atenuantes.” (Manual de Redação e Estilo, Editora Moderna, 3ª ed., 1997, pp. 34 e 49).
Entretanto: “Ter razão é tão perigoso que muitas pessoas acham melhor não ter nenhuma.” — Carlos Drummond de Andrade