PASSAR REVISTA “A” ou PASSAR REVISTA “EM”?
Segundo se extrai da lição dos clássicos e dos puristas, a expressão vernácula é “passar revista a”, porquanto “passar revista em” seria galicismo a ser evitado.
Exemplos:
O general passou revista à tropa.
Os oficiais-generais passaram revista aos novos cadetes.
Ensina-nos o saudoso filólogo pátrio ADRIANO DA GAMA KURY:
“Passar ‘em’ revista o exército”, ou “passar revista ‘ao’ exército”?
“Passar revista ‘ao’ exército” é a regência recomendável.” (1.000 Perguntas de Português, Editora Rio, 1ª ed., 1982, p. 200).
Nada obstante, já se encontra consignada a expressão “passar em revista” em alguns renomados dicionários.
Exemplos:
“O novo comandante passou em revista a tropa.” [Francisco S. Borba, 1991].
“A polícia rodoviária passou em revista minuciosa o ônibus suspeito.” [Antônio Houaiss, 2009].
Para o festejado gramático e dicionarista LUIZ ANTÔNIO SACCONI:
“passar em revista / passar revista a – As duas expressões existem: O presidente ‘passou em revista’ a (ou ‘passou revista à’) tropa formada em sua honra. Os fiscais ‘passaram em revista’ os (ou ‘passaram revista aos’) documentos da firma.” (Dicionário de Dúvidas, Dificuldades e Curiosidades da Língua Portuguesa, Editora Harbra, 1ª ed., 2005, p. 284).
Ensinam, a propósito do tema, JOÃO BOSCO MEDEIROS e ADILSON GOBBES:
“Passar em revista. A gramática tradicional fazia restrição ao uso da expressão, por considerá-la galicismo. A expressão convive com ‘passar revista a’: ‘Passar revista aos enfermos’. ‘Passar em revista a tropa’.” (Dicionário de Erros Correntes da Língua Portuguesa, Editora Atlas, 5ª ed., 2009, p. 191).
Para reflexão: “Ao vir à terra, todo homem tem direito a ser educado e, depois, em retribuição, o dever de contribuir para a educação dos demais.” — José Martí