AS EXPRESSÕES “SE ACASO” E “SE CASO”
É preciso muito cuidado no emprego de certas expressões da Língua Portuguesa. A expressão “SE ACASO”, por exemplo, quando empregada no sentido de “se porventura” é gramaticalmente correta e aceita. O vocábulo “ACASO”, por sua vez, significa “por acaso”, “porventura”, não tendo, pois, nenhuma relação com a conjunção condicional “CASO”.
Exemplos:
SE ACASO você chegasse ao restaurante, almoçaríamos juntos, Craquilda!
SE ACASO você encontrar a bela Filisbina, diga-lhe que a amo.
Entretanto, na expressão “SE CASO” — essa, sim, gramaticalmente condenável! — há indisfarçável redundância viciosa formada por palavras de igual significado. Deve-se, pois, usá-las isoladamente, jamais em conjunto.
Exemplos:
CASO você venha ao restaurante, avise-me. [correto]
SE você vier ao restaurante, avise-me. [correto]
Assim é que, dizer e escrever “se caso” é o mesmo que dizer e escrever “se se”, haja vista tratar-se de duas conjunções condicionais, exprimindo ambas uma condição.
Coisas da nossa intrigante e admirável Língua Portuguesa...
Para reflexão: “Aquele que aprende e não põe em prática o que aprendeu é como aquele que ara e não semeia.” — Saadi