AS EXPRESSÕES “UM MIL REAIS” E “HUM MIL REAIS”
À luz da gramática normativa [norma culta], estas expressões simplesmente nunca existiram.
Há, todavia, quem sustente que elas surgiram nos meios contábeis e bancários para evitar eventuais fraudes.
Nada obstante, jamais utilizamos ou utilizaremos as expressões “um mil reais” e “hum mil reais”, mas, sim, o que temos na Língua Portuguesa, ou seja, “mil reais”, “mil e quinhentos reais”, “mil duzentos e cinquenta reais”, etc.
A letra “h”, usada durante muito tempo e ainda nos dias de hoje, para evitar fraudes, fere as normas ortográficas vigentes.
Sobre o tema, colhe-se o ensinamento sempre oportuno do grande gramático e dicionarista LUIZ ANTONIO SACCONI, para quem:
“‘um mil
Uma das grandes tolices inventadas por alguém que não tinha o que fazer é essa de usar ‘um’ antes de ‘mil’. Só uma cabeça muito pequena pode conceber um singular junto de um plural.
O Brasil foi descoberto em ‘mil e quinhentos’, e não em ‘um mil e quinhentos’. Bombril nunca foi uma esponja de aço de ‘uma mil’ e uma utilidades. E nenhum país, até hoje, produziu ‘uma mil’ toneladas de aço.
Apesar da evidência, há ainda os que preenchem cheques desta forma: ‘um mil reais’. Por receio de fraude, outros preenchem cheques assim: ‘hum mil reais’.
Alguns até acham que é uma exigência bancária a inclusão desse malsinado ‘hum’ antes do ‘mil’. Qual nada! A Lei do Cheque (2.591, de 07/8/1972) não traz nem poderia trazer a esdrúxula e inaceitável exigência.” (Não Erre Mais!, Editora Nova Geração, 30ª ed., 2010, p. 105).
Para reflexão: “As razões da divergência são mais úteis do que as da concordância, porque suscitam reflexão e o reexame de nossas opiniões.” — B. Calheiros Bomfim.