“RESTAR” NÃO É VERBO DE LIGAÇÃO

Recomenda-se, a bem da pureza do idioma, a não utilização do verbo RESTAR como verbo de ligação, porque ele, segundo a gramática normativa*, não o é.

* “É a gramática que busca ditar ou prescrever as regras gramaticais de uma língua, posicionando as suas prescrições como a única forma correta de realização da língua e categorizando as outras formas possíveis como erradas.”

Pelo que se tem notícia, nenhum dicionário da Língua Portuguesa registra o verbo RESTAR como verbo de ligação, embora estejamos cansados de ver e ler em diversos arrazoados forenses esse inapropriado emprego.

Não se aconselham — dissemos “aconselham”! —, pois, construções do tipo:

— “Restou” comprovada a culpa do Réu no decorrer da instrução criminal.

— Os fatos narrados na inicial “restaram” devidamente comprovados.

— “Resta” claro que o Réu não concorreu para o fato.

Obs.: O verbo RESTAR, segundo a gramática normativa, deve ser utilizado para indicar “sobras” e nada mais.

Exemplo:

Comi duas maçãs das cinco que comprei. Restaram três que comerei amanhã.

Coisas da nossa curiosa e apaixonante Língua Portuguesa...

Para reflexão: “Conscientizar-se da própria ignorância é um grande passo para aprender.” — Benjamin Disraeli

David Fares
Enviado por David Fares em 20/12/2013
Reeditado em 01/10/2022
Código do texto: T4619088
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