“RESTAR” NÃO É VERBO DE LIGAÇÃO
Recomenda-se, a bem da pureza do idioma, a não utilização do verbo RESTAR como verbo de ligação, porque ele, segundo a gramática normativa*, não o é.
* “É a gramática que busca ditar ou prescrever as regras gramaticais de uma língua, posicionando as suas prescrições como a única forma correta de realização da língua e categorizando as outras formas possíveis como erradas.”
Pelo que se tem notícia, nenhum dicionário da Língua Portuguesa registra o verbo RESTAR como verbo de ligação, embora estejamos cansados de ver e ler em diversos arrazoados forenses esse inapropriado emprego.
Não se aconselham — dissemos “aconselham”! —, pois, construções do tipo:
— “Restou” comprovada a culpa do Réu no decorrer da instrução criminal.
— Os fatos narrados na inicial “restaram” devidamente comprovados.
— “Resta” claro que o Réu não concorreu para o fato.
Obs.: O verbo RESTAR, segundo a gramática normativa, deve ser utilizado para indicar “sobras” e nada mais.
Exemplo:
Comi duas maçãs das cinco que comprei. Restaram três que comerei amanhã.
Coisas da nossa curiosa e apaixonante Língua Portuguesa...
Para reflexão: “Conscientizar-se da própria ignorância é um grande passo para aprender.” — Benjamin Disraeli