“DONA DE CASA” ou “DONA-DE-CASA”?
Depois de ler, neste nobre espaço, um instigante texto de autoria do ilustre correcantista angolano LITTERA LU acerca da expressão “DONA DE CASA” [Código do Texto T4728046], resolvemos, como mero e eterno aprendiz da Língua Portuguesa, expressar nossa humilde opinião acerca do tema, sem nenhum objetivo, é claro, de causar polêmica.
Pelo que sabemos, NÃO existem regras fixas [rígidas] quanto ao uso do hífen nos vocábulos compostos, mas tão somente nos “vocábulos prefixados”.
Por isso, em nosso modesto entendimento, as duas formas devem coexistir.
— DONA-DE-CASA [com hífen] é um substantivo composto, ligado pela preposição “de”, que diz respeito à mulher que cuida “da casa” ou “do lar”.
— DONA DE CASA [sem hífen] diz respeito à mulher que é proprietária de um imóvel qualquer.
Assim, pensamos que, com o advento do novo Acordo Ortográfico, o melhor seria usar [continuar usando] o DONA DE CASA [sem hífen] para a forma genérica; e, para caracterização profissional, usar o DONA-DE-CASA [com hífen].
Exemplos:
Leudegunda é também DONA DE CASA no Morumbi. [forma “genérica”]
Craquilda é DONA DE CASA, apartamento e de muitos outros bens. [forma “genérica”]
O sindicado das DONAS-DE-CASA de São Paulo. [forma “profissionalizada”]
Aquela DONA-DE-CASA reclamou do preço do tomate. [forma “profissionalizada”]
Diz nosso grande e imortalizado filólogo CELSO PEDRO LUFT:
“‘dona-de-casa’ – Mulher que dirige e/ou administra a casa. // Pl.: ‘donas-de-casa’ – Ortog.: com hifens.” (ABC da Língua Culta, Editora Globo, 2010, p. 130).
Ensinam os renomados JOÃO BOSCO MEDEIROS e ADILSON GOBBES:
“‘Dona-de-casa’. Mulher que trabalha na própria casa, nos afazeres domésticos. Com hífen. Plural: ‘donas-de-casa’”. (Dicionário de Erros Correntes da Língua Portuguesa, Editora Atlas, 5.ª ed., 2009. p. 95).
Coisas da nossa adorável Língua Portuguesa...
Para reflexão: “Ensinar é aprender duas vezes.” — Joseph Joubert