AS FORMAS “DESINFELIZ”, “DESINQUIETO” e “DESNUDEZ”
As formas mais usuais, pelo menos entre nós, sempre foram INFELIZ [adjetivo], INQUIETO [adjetivo] e NUDEZ [substantivo].
Entretanto, conquanto pouco usadas entre nós, as formas sinônimas “DESINFELIZ” [= infeliz], “DESINQUIETO” [= quieto] e “DESNUDEZ” [= nudez] existem e são vernáculas, tanto que, além de encontradas na pena de excelentes escritores, encontram-se consignadas em nossos mais autorizados dicionários e também nos dicionários mais autorizados de Portugal.
O prefixo “-DES” acrescido as conhecidas formas INFELIZ, INQUIETO e NUDEZ dá-lhes “reforço”, “beleza” e “destaque”.
Exemplos:
“Soledade amiserava-se: — Esse infeliz... O cabra espinhou-se, como nunca: — ‘Desinfeliz’ é quem me chama!... (José Américo de Almeida, “A Bagaceira”, p. 165).
“Via-se aquela Joaninha pequena, ‘desinquieta’, travessa.” (Almeida Garret, “Viagens na Minha Terra”, I, p. 181).
O homem e sua ‘desnudez’ desnecessária.
Coisas da nossa apaixonante e inigualável Língua Portuguesa...
Para reflexão: “Não há arrogância mais insolente do que a da ignorância quando se presume de sábia.” — Carlos Malheiro Dias