Comentando gramaticalmente a frase - ontem deixada - "VIVA OS HERÓIS ANÔNIMOS DO BRASIL".
Sobre tal frase deixamos estes questionamentos :
1 - Esta frase não conteria um erro de CONCORDÂNCIA VERBAL ? (Não
deveria ser "VIVAM" - no plural - ao invés de "VIVA" - no singular?
2 - Se a concordância verbal (com VIVA no singular) está perfeita,
qual a fundamentação gramatical que o sustenta?
Lá vamos nós...
Não há erro de concordância verbal nesse tipo de frase (apesar
de muitos interpretarem tal frase como algo do tipo "Que os heróis anônimos do Brasil VIVAM (ou sobrevivam)", em cujo contexto, VIVAM estaria sendo empregado como FORMA VERBAL do verbo VIVER.
Porém, como veremos no parágrafo a seguir, "VIVA", neste tipo de
frase, NÃO FUNCIONA COMO VERBO.
Quanto à fundamentação para sustentar o que é defendido no parágrafo anterior (que VIVA - no singular - está empregado corretamente), tal fundamentação é simples, elementar (como já
antecipado no final do parágrafo anterior) :
"VIVA" (em "VIVA os heróis anônimos do Brasil") está empregado
como I N T E R J E I Ç ÃO de saudação. E interjeição é uma classe
gramatical invariável, ou seja : só há uma forma única para o singular e plural, assim como também ocorre com outras classes gra-
maticais, como advérbio, por exemplo. Acaso alguém conhece forma
plural para advérbios como "sempre", "nunca", "talvez" ?
Mas, concluindo a argumentação, a prova que nos parece con-
tundente de que VIVA, na frase em questão, é interjeição de saudação
é o fato de, nessa frase, a palavra VIVA poder ser substituída por
SALVE ! que é uma outra interjeição de saudação ("SALVE os heróis
anônimos do Brasil"). Nessa frase, com alteração de VIVA para SALVE,
a exemplo de VIVA - que não é forma derivada do verbo VIVER -,
SALVE também NÃO É forma derivada do verbo SALVAR.
Será que ficou claro ? Oxalá !