A Gramática do Desejo (revista e atualizada)

A Gramática do Desejo

Sensualidade... Desejo... De onde provém essa força tão tremenda que derriba o mais forte dos homens aos pés de frágeis mulheres? Ou a palavra “frágil” não tem o mesmo significado quando colocada como adjunto adnominal do feminino de homem, esse sujeito que às vezes se oculta debaixo de lençóis que não pertencem ao leito conjugal?

Ali ele conjuga o verbo amar de forma irregular, mas não intransitiva, já que o objeto direto de seu amor é a outra, que por sua vez pode estar amando no presente a este homem, mas no futuro do pretérito estaria pensando em outro.

Dizem que o amor é o substantivo que move o mundo, mas os

homens são vítimas de outro vocábulo mais forte e mais rico, em sílabas e em letras. Esse verbete é o DESEJO.

Quando um macho é possuído por esse cruel agente da passiva, abstrato e mais poderoso que um canhão, aí, sim, quem vai tornar-se abstrato é o homem, sucumbindo seu corpo, escapando somente a alma, que, livre do invólucro carnal, poderá voar no infinito, presente, passado, futuro...

António Fernando
Enviado por António Fernando em 02/06/2020
Código do texto: T6965740
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