A importância da classe gramatical 'ARTIGOS", na língua portuguesa.

O, a, os, as,

Um, uma, uns, umas.

Nas duas linhas acima, temos a totalidade das

palavras que compõem essa classe gramatical da língua portuguesa,

chamada ARTIGO.

O que esta classe gramatical tem de pequena,

em termos de extensão do conteúdo, TEM DE GRANDIOSA, no que

se refere à sua importância para a língua como um todo.

E este é o motivo desta nossa coluna, hoje :

O VALOR DOS ARTIGOS.

Pelos ensinamentos da língua portuguesa, ARTI-

GO É A PALAVRA VARIÁVEL (variável, porque dá a possibilidade de ter

uma forma para o masculino, outra para o feminino, uma para o singu-

lar, outra para o plural). O ARTIGO antecede o substantivo para indi-

car a respeito dele - o substantivo - o seu gênero (masculino ou femi-

nino) e o seu número (singular ou plural).

Assim, quando dizemos : OS CAVALOS, já sabe-

mos que CAVALOS É PALAVRA MASCULINA (termina em O - aqui seguida de "S") e que É PALAVRA PLURAL (termina em "S" - que,

quase sempre, indica a forma plural).

Entretanto, há outras situações em que o em-

prego do artigo é de extrema importância para identificar o gênero ou

o número do substantivo ao qual ele se refere.

Vejamos alguns desses casos :

A palavra LIBIDO (= desejo sexual), pela "quase"

lógica gramatical de que as palavras terminadas em "o" são masculi-

nas, poderia nos levar, num primeiro momento, a imaginar que esta

palavra fosse masculina. MAS NÃO É : é FEMININA. Devemos dizer

"A LIBIDO" e não, "O LIBIDO"...

(Ou seja, o emprego do artigo antes desta pala-

vra foi decisivo para se identificar o gênero dela).

Outro caso especial quanto à utilidade do emprego

do artigo é este : se a palavra, no seu normal, já termina em "s" (é o

caso das palavras "lápis", "ônibus", etc), como saber se ela está no

singular ou no plural?

Se lhe for perguntado se a palavra LÁPIS é singu-

lar ou plural, qualquer resposta sua estará incompleta, pois no caso

destas duas palavras - e outras que se enquadram no mesmo caso -

o que vai indicar se cada uma delas está no singular ou no plural é

o artigo que vier antes dela. Assim, se dizemos O LÁPIS, a palavra

lápis estará no singular, POR CAUSA DO ARTIGO "o" que está no singu-

lar; se dizemos OS LÁPIS, a palavra lápis estará no plural, por causa

do artigo OS que está no plural.

Outra utilidade do artigo é a sua propriedade de

TRANSFORMAR EM SUBSTANTIVO (processo de substantivação) qual-

quer palavra que venha depois do artigo.

A palavra "NÃO", em circunstâncias normais, é um

advérbio de negação, como neste exemplo : Eu NÃO sou mau.

Agora, observe a palavra NÃO nesta frase :

O NÃO é palavra ruim de se ouvir.

Neste exemplo, a palavra NÃO já não mais desem-

penha o papel de um advérbio, mas sim, DE UM SUBSTANTIVO, PORQUE ESTÁ SITUADO APÓS UM ARTIGO.

Ainda sobre ARTIGO, há um outro caso não menos

interessante : uma mesma palavra, se precedida do artigo O, tem um

determinado significado; se essa mesma palavra é precedida do artigo

A, passa a ter um significado diferente.

Veja alguns exemplos deste caso

O capital (capital = dinheiro)

A capital (capital = cidade mais importante de um Estado).

O nascente (nascente = lugar onde o Sol nasce)

A nascente (nascente = lugar onde um rio nasce).

E, para concluir, veja a ENORME diferença e-

xistente entre estas duas frases, provocada pelo emprego e não-em-

prego do artigo:

"Aquele cachorro DE Pedro é valente"

(nesta frase, a palavra DE, indica que O CACHORRO DESTA

FRASE PERTENCE A PEDRO).

Agora, veja esta outra frase :

"Aquele cachorro DO Pedro é valente"

(Porque a palavra DE está incluindo o artigo O, formando

"DO", a expressão "cachorro DO Pedro" já não significa

que o cachorro pertence a Pedro, mas sim, que PEDRO

É UM CACHORRO).

Por tudo, aqui exposto, não consideremos, a

partir de hoje, OS ARTIGOS como assunto banal da língua portugue-

sa. ELE FAZ A DIFERENÇA !!!

Tchau !

pedralis
Enviado por pedralis em 27/10/2007
Código do texto: T712072
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.