A fala e a escrita não andam de mãos dadas

A fala e a escrita não andam de mãos dadas e os regionalismos apresentam nuances particulares do norte ao sul do Brasil e isso é bom porque como afirma o professor, filólogo, gramático e acadêmico Evanildo Bechara, "temos que ser poliglotas dentro da nossa própria língua".

Tomemos alguns exemplos: "leite quente" será pronunciado de forma mais escandida no sul do país diferentemente da realização em outras localidades. Colégio em alguns estados assume a forma *culégio e em outros estados também.

Gosto muito da pronúncia do pessoal recifense quando se referem à linda cidade *Ó linda, como se estivessem fazendo uma reverência à beleza da cidade. Eu, como paulistano, pronuncio *Ô linda.

A forte influência da fala pode provocar escritas em desacordo com o português-padrão e ainda são consideradas apressadamente como "erros" quando na verdade apenas espelham a fala cotidiana. Uma rápida consulta a um bom dicionário on-line pode resolver a questão. Lembrando que os dicionários não são infalíveis e vão se adaptando às necessidades dos lusofalantes.

#bispoeta