"Discurso direto" versus "discurso indireto"

Conforme anunciado no encontro de ontem,

no de hoje, veremos, de forma bem simplificada, como ocorrem es-

ses dois tipos de discurso - direto e indireto -, lembrando que há, a-

inda, um terceiro tipo, chamado "discurso indireto livre" (que aborda-

remos proximamente, após nos certificarmos de que os dois primeiros

- o direto e o indireto - ficaram bem fixados).

Observem estes dois exemplos :

1o.) "Meu pai sempre alertava QUE, nos dias de chuvas com relâm-

pagos, devíamos encobrir os espelhos da casa".

2o.) "Meu pai sempre alertava :- nos dias de chuvas com relâmpagos,

devemos encobrir os espelhos da casa"

(ou : Nos dias de chuva com relâmpagos, devemos encobrir os

espelhos da casa - meu pai sempre alertava)

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No 1o. exemplo, TEMOS UM CASO DE "DISCURSO I N D I R E T O".

No 2o. exemplo, TEMOS UM CASO DE "DISCURSO D I R E T O ".

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Quais os detalhes que diferenciam um do outro?

O que há DE COMUM nas duas frases :

- O emprego de um VERBO DE ELOCUÇÃO ("alertar").

O QUE há DE DIFERENTE nas duas frases :

- No primeiro exemplo (E ISSO É UMA DAS CARACTERÍSTICAS FUNDA-

MENTAIS DO "DISCURSO INDIRETO"), imediata-

mente após o verbo de elocução, HÁ O EMPRE-

GO DE UMA CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTE-

GRANTE ("QUE" OU "SE").

Também no primeiro exemplo, uma personagem REPRODUZ A FALA

de alguém E A CARACTERÍSTICA DISSO É O NÃO EMPREGO DO TRA-

VESSÃO OU DAS ASPAS;

- No segundo exemplo (E ISSO É UMA DAS CARACTERÍSTICAS FUNDA-

MENTAIS DO "DISCURSO DIRETO"), ao invés do

emprego da conjunção subordinativa integrante

(que ou se), HÁ O EMPREGO OU DO TRAVESSÃO

ou DAS ASPAS, que indicam que É A PRÓPRIA

PESSOA QUE ESTÁ FALANDO e não,representa-

do por uma outra pessoa.

Também é característica IMPORTANTE a mu-

dança do tempo do verbo que vem depois do

verbo de elocução ("devíamos" muda para "de-

vemos").

Vamos ver se o assunto ficou bem

esclarecido tomando-se por base os dois exemplos acima. Caso ainda persistam eventuais dúvidas a respeito, pedimos que as exponham na parte de "comentários", no rodapé deste conteúdo.

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Como mais uma tentativa de fixação deste

assunto, veja, pelos exemplos a seguir, COMO SE FAZ A CONVERSÃO

DE UMA FRASE DE DISCURSO DIRETO PARA INDIRETO E VICE-VERSA :

Acompanhe ...

1) Dissemos que tudo aquilo não passava de um mal-entendido

(discurso indireto. Característica : logo após o verbo

de elocução "dissemos", vem a conjunção integrante

"que"; também não há o emprego, depois desse mesmo

verbo, nem de travessão nem de aspas, que antece-

dem UMA FALA DIRETA.

Fazendo a conversão dessa mesma frase

para o discurso direto :

1) Dissemos : - tudo isso não passa de um mal-entendido.

(discurso direto. Característica : o verbo de elocução

NÃO vem seguido da conjunção "que" ou "se"; A FALA

da personagem (nós) vem antecedida de um travessão

e - ISSO TAMBÉM É MUITO IMPORTANTE! - há a alte-

ração do tempo verbal : de passado ("passava") para

presente ("passa") e substituição do pronome demons-

trativo AQUILO (que denota um PASSADO DISTANTE)

pelo pronome demonstrativo ISSO (que indica um fato

MAIS PRÓXIMO ou MAIS RECENTE).

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Agora, uma frase em processo inverso :

Ela perguntou-me : - você deseja tornar-se um advogado?

(discurso direto. Estão presentes nesta

frase as respectivas características a-

cima relacionadas) .

Agora, fazendo a conversão para discurso

indireto : veja que alterações devem ser

feitas nesta frase...

Ela perguntou-me SE eu desejaria tornar-me um advo-

gado.

Tente, pelo ensaio que fizemos acima, jus-

tificar essa conversão do discurso direto em indireto.

(apenas lembrando :"SE" - quando não indicar condição-,

estando depois de um verbo de elocução, TAMBÉM É

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE. Logo...)

Até amanhã !

pedralis
Enviado por pedralis em 17/05/2008
Código do texto: T993986
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