“Déjà vus”

 

          Ainda é inverno... O sol tem ganhado força tornou-se mais agradável, algumas flores do ipê ainda são vistas isoladamente e as azáleas despetalaram-se pelo chão.

          Amoras vermelhas começam amadurecer, mas; isto não impede o paladar cítrico de alguns passarinhos... Ameixas silvestres decoram o cenário em verde e amarelo, sendo um chamariz para os morcegos noturnos.

          Também faz-se à hora da Romãzeira em flor, com alguns frutos visçosos como se fossem penduricalhos de árvore de natal.

          A imponente Araucária no centro do cenário, observa suas semelhantes com seus galhos abertos, como um grande abraço maternal... Morada de várias espécies de pássaros que se comunicam com diferentes cantorias, à sua prima Paineira com os frutos arrebentando-se finaliza o espetáculo com um enxame de algodões desprendidos, levados suavemente pela brisa trazendo-nos um encantamento mágico; como se adentrássemos outra dimensão.

          Não cai uma folha sequer sem que seja permitido e a vida deslumbrante estende-se por gerações.

          Existe um louvor em tudo isto, uma linguagem esplêndida, qual; eleva-se numa sinfonia maravilhosa que todos nós podemos escutar.


inverno fenece -

dos altos galhos da paineira

sequência d'ejà vus


ameixa amarela –

cítrico paladar peculiar

retorno infantil


 

Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 24/08/2022
Reeditado em 01/09/2022
Código do texto: T7589961
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