Passagem de ida

Amargas bebidas,

copos de vidro trincados,

noites esquecidas.

Mulheres vazias,

trocas de beijos roubados,

Estranhas feridas.

Janelas fechadas,

correntes, trincos trancados,

novelas não lidas.

Pessoas sozinhas

vagueiam, andam a esmo.

Becos sem saída...

Apenas me basta

uma mulher para amar,

chamar de querida.

O mundo não pára:

ventos, chuvas, frentes frias,

crianças perdidas.

Assim eu caminho:

erros, delizes, tropeços,

vivo a minha vida.

Nenhuma tristeza,

somente longas viagens,

passagens de ida.