Haikais da sexta-feira

Dedo ágil

alegra uma alma

frágil

O pecado

mora ao lado

- fica de quatro

Véu da noiva

esconde incontida

melancolia

Fruta podre

não adoça nem a

boca do pobre

Tempero de

minhas tristezas

- seus ais

Vem o vento

fustigar o mar

- vendaval

Ofende mais

quem na boca

nada cala

Deu um nó na

saudade ao ajeitar

a gravata

Humilhado

é o gato quando

cai do telhado

Rio que afoga,

minha alma não

naufraga

Imensidão

do mar, neste azul

- seu olhar

Chorar lágrimas

tardias e vãs

- amanhã

Rogério Viana
Enviado por Rogério Viana em 11/03/2005
Código do texto: T6352