Cem anos sem Machado.

Há cem anos que não ouvimos os ecos de tuas palavras.

Tu, homem do século XIX de escritos universais.

Tu Bruxo, poeta, escritor, dramaturgo, ser humano.

Tu, miscigenado. Brasileiro.

O teu melhor está nas palavras que não dissestes, carioca casmurro,

nas entrelinhas de tuas ironias,

no teu olhar corriqueiro, na tua realidade

descrita a poucas lágrimas.

Na tua falta de ilusão.

Com teu sarcasmo deste um tapa na sociedade

e levantaste uma bandeira de que é preciso

escrever não para fadas, mas para humanos,

não para alegrar simplesmente, mas para alertar,

não para ratificar, mas para julgar.

Há cem anos.

Poderiam ser mil, pois como tu mesmo dissestes

"O tempo, que a tradição mitológica nos pinta com alvas barbas, é, pelo contrário, um eterno rapagão;

só parece velho àqueles que já o estão; em si mesmo traz a perpétua e versátil juventude."

Tua palavra vive.

TMB
Enviado por TMB em 02/06/2008
Código do texto: T1016728