Ciclos da Vida

É tão estranho, imaginar que aquela mão grande e firme que tanto me segurou e me acariciou. Os braços fortes que tanto me abraçou e apertou sobre o peito. As falas fortes e firmes. Os conselhos e respostas sábias para as perguntas que eu fazia, mesmo sem ter estudos.

Hoje é muito estranho ver aquelas mãozinhas tão frágeis segurando no meu braço para passear. Os pedidos de abraços, as falas tão suaves que sussurra tão baixinho nos meus ouvidos, dando a impressão que tem medo de se expressar.

Hoje me pergunta sobre tantas coisas que durante a vida me ensinou tão sabiamente.

É muito estranho, que tenho que protegê-la, amá-la e entendê-la. Ficar observando os seus desejos e anseios, para saber como fazê-la feliz. Entender e fazer as coisas que ela gostava. Ela que tanto fez por mim. Dar-lhe força e coragem para continuar vivendo e puxá-la para a vida. Para a vida que aos poucos a está deixando.

Sinto que Deus me deu uma responsabilidade muito grande que as vezes me dá medo e ao mesmo tempo alegria de saber que tenho a forças e sabedoria que ela mesmo me deu e que posso devolver a ela.

Mais estranho é que tudo que dou aos meus filhos, tenho que transmitir a ela. Tudo o que ela um dia transmitiu a mim.

Este texto não é de minha autoria ao qual forneci apenas o título. É de minha esposa Terezinha Maria, dedicado a sua mãe Angelina de Carvalho a quem esperamos corresponder em cuidados e afeto enquanto Deus permitir, durante todos os dias de sua vida.