MINHA ALDEIA (republicação)

MINHA ALDEIA

Aos poucos e não de repente,

Minha aldeia cresceu,

Sem macular seus encantos.

Mas a eles,

Juntaram-se tantos outros encantos novos.

A paisagem verticalizou-se,

Mas ainda contempla-se no horizonte,

Um sol, um escandoloso sol,

Que encanta e que motiva o canto de quem quer cantar.

“Causos” persistem no tempo,

Renascendo saudades.

Fatos acontecem,

Criando motivos,

Motivando bondades.

Na minha aldeia,

Ainda bebo da água de um dos seus rios,

Apenas de um,

Pois a do outro,

Não se presta mais.

Mercê do que a ciência me ensinou,

Assisto com tristeza,

A morte lenta dos dois,

Cujas margens,

Oprimem-lhes o escorregar manso em busca do mar.

Minha aldeia se espraia e,

Ao longo do contorno,

Gente de outras aldeias,

Procuram um alento

Para suas dores,

Que parecem ser infinitas.

A mocidade de minha aldeia

É bonita.

Cheia de viço,

Como em qualquer outra,

Mas é diferente,

Porque é mais afável

E sabe abraçar quem chega,

Carregando esperança na bagagem.

No Nordeste,

Minha aldeia é referência médica.

Acolhe e trata muita gente sofrida

Que vem de outras aldeias,

Devolvendo-lhe a alegria de um viver saudável.

Na minha aldeia,

Aprendi a “voar”.

Ela me deu asas,

Mas,

Para ela,

Sempre volto,

Na certeza de encontrar,

Um remanso,

Onde descanso meu corpo

E excito motivos para amar.

Na minha aldeia,

Tenho ótimos amigos

E são muitos.

Nela vi,

Cheio de encantamento,

Nascer e crescer a minha prole,

Cumprindo os desígnios de Deus.

Na minha aldeia,

O céu é mais bonito,

O sol é mais forte.

Nela,

O ano inteiro.

Bebo cajuína.

O amor,

Na minha aldeia,

Fez-me mais dócil e mais amigo

E nela sou feliz.

E por falar de amor,

Falo de Teresina,

A minha aldeia,

De quem sempre serei

Eterno cantor.

www.ruiazevedo.com - 18.06.2008

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 07/08/2008
Código do texto: T1117750